Existem seis princípios que alicerçam as iniciativas de um programa governança de dados bem-sucedidas que Nicola desenvolveu ao longo de sua carreira na implementação (e às vezes não tão bem nos primeiros dias) em diversas organizações que são:
- Vantagens: Identifique os benefícios de modo mensurável da governança de dados.
- Capacitação: Prepare, capacite-se e estimule que seu time tenham os recursos, conhecimento e atualização constante.
- Personalização: Adapte uma metodologia de governança de dados às necessidades da organização.
- Simplicidade: evite a complexidade e facilite a incorporação da governança de dados.
- Entregas: Faça entregas constantes e comunique às áreas.
- Evolução: Desenvolva sua estrutura à medida que sua organização evolui para obter mais ganhos.
E agora detalharemos cada um dos princípios:
1.Vantagens
Por que sua organização possui Governança de Dados? Qual é o objetivo?
Você precisa deixar claro quais benefícios serão obtidos e porque isso é importante para sua empresa. Particularmente, acredito que quando se implementa um programa de Governança de dados para fins de melhores práticas está fadado ao fracasso.
Entender o porquê sua organização está implementando a governança de dados, e, se não está claro o motivo, será fácil se desviar e perder o foco. O ‘porque’ é o orientador para que a organização saiba o que esperar do programa de governança de dados.
Evite usar termos de forma vaga ou genérica, por exemplo “teremos mais eficiência” ou “haverá melhores oportunidades”, principalmente aos superiores, e sem respostas consistentes sobre os benefícios e números tangíveis, não haverá um legítimo interesse, ou um patrocínio consistente com o tempo.
NT: Exemplifique de forma prática as vantagens a curto, médio e longo prazo será mais fácil obter apoio. Algumas sugestões como: agilidade em processos, monetização de dados são bons exemplos que podem auxiliar na mensuração das vantagens e benefícios.
2.Capacitação
Muitas pessoas (inclusive a autora – mas isso é uma história para outro post!) acidentalmente, acabam atuando em Governança de Dados e, geralmente, sem nenhuma experiência ou conhecimento prévio do que exatamente você deveria fazer.
Juntamente com o fato de haver tantas coisas confusas, conflitantes (e algumas completamente erradas) na internet, é fácil haver dúvidas ou, alternativamente, ou ficar patinando em alguma fase da estruturação da Governança de Dados.
É por isso que elaboro meus artigos, vídeos e treinamentos com uma linguagem simples e direta para desenvolver conhecimento e as habilidades de que precisam para ter sucesso.
3.Personalização
A Estrutura de Governança de Dados deve ser personalizada para sua organização, não há um padrão que sirva a qualquer empresa.
Uma estrutura de governança de dados é um conjunto de regras, procedimentos, políticas, funções e processos organizacionais e aculturamento para colocar todos em sua organização na mesma página na implementação e desenvolvimento do programa.
Ao meu ponto de vista, para ter êxito é primeiro descobrir por que sua organização precisa de governança de dados e delimitar o escopo de atuação, em seguida, projetar e implementar uma base que atenda a essas necessidades.
Programas baseados em soluções padronizadas muitas vezes acabam em desperdício de tempo e dinheiro pois geralmente são complexos, complicados e fora da realidade da organização.
NT: fuja de soluções mágicas ou receitas de bolo, identifique os gaps e atue de forma constante e ativa. Uma sugestão é analisar oque o mercado está fazendo e analisar o que pode ser adaptado à organização.
4. Simplicidade
Eu nunca vi uma estrutura/abordagem excessivamente complexa ou engessada para Governança de Dados que tenha funcionado. Não tente permitir todas as eventualidades possíveis – você vai amarrar a si mesmo e seus usuários de negócios em nós e criar algo que é muito complicado de implementar, e todos resistirão a adotá-lo.
Descobri (da maneira mais difícil) que a simplicidade é melhor – lembre-se de que você sempre pode adicionar detalhes à medida que sua abordagem de governança de dados amadurece e pode acrescentar mais atividades ao seu escopo mas comece com uma proposta simples, e cresça a partir daí.
5.Entregas
As entregas estão ligadas à simplicidade. Ao longo dos anos, tenho visto muitas organizações falharem porque tentam fazer tudo de uma única vez. Costumo chamar isso de “abordagem do big bang”. É provável que seja muito grande e cansativo para seus stakeholders fazer isso de uma só vez e que você não obterá aprovação, mas, se o fizer, é improvável que seja bem-sucedido, pois é uma mudança muito grande tudo de uma vez para os usuários de negócios aceitarem e se adaptarem.
É muito melhor adotar uma abordagem de entregas constantes e atuação em fases de forma planejada e constante, mas seguramente, implantar sua Estrutura de Governança de Dados em toda a sua organização.
NT: escolher uma área, ou assunto para iniciar a governança de dados tende a ser mais consistente e benéfica do que implantar tudo de uma vez na empresa toda, além de ser exaustivo, tende a ser complicado e acaba prejudicando apoio e parcerias.
6.Evolução
Não é só porque devemos zelar pela simplicidade e entregas constantes que não devemos evoluir. Não cometa o erro de pensar que projetar e implementar um framework de Governança de Dados é uma atividade “pontual”, na verdade é uma atividade contínua!
É necessário revisitar constantemente o programa e a forma de atuar com os dados à medida a organização se reestrutura interna ou mesmo diante de novos cenários como regulamentações, novos produtos, serviços, concorrência etc.
Todas essas coisas afetarão a capacidade de sua iniciativa de permanecer relevante e fornecer o suporte adequado à sua organização, e é por isso que a governança também precisa ser reanalisada para corrigir.
Quando uma iniciativa de governança de dados é liderada como um projeto, parece que o progresso está sendo feito à medida que as tarefas são concluídas. No entanto, nada substancial mudará até que as pessoas mudem.
Para mudar comportamentos, atitudes e cultura, você deve conquistar engajamento. Isso quase sempre é ignorado quando o sucesso da iniciativa é medido por resultados marcados em uma lista de verificação.
NT: sem engajamento nenhuma mudança é duradoura, e governança de dados é estratégica, mas também é aculturamento para dados. Como dizia Peter Drucker: “a cultura come a estratégia no café da manhã”
Incorpore estes princípios para garantir que seu programa de Governança de Dados seja bem sucedido em qualquer fase. Nicola é superacessível e aberta para tirar dúvidas e sugestões: question@nicolaaskham.com.
Artigo traduzido e com alguns “pitacos” mas originalmente The Six Principles for Successful Data Governance de autoria de Nicola Askham.
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