Técnicas de metodologias ágeis reduzem os entraves do mundo jurídico

Com foco na indústria de tecnologia, as metodologias ágeis são facilitadoras para entregar soluções de alta qualidade. Estes elementos também podem ser aproveitados no setor jurídico, para simplificar e angariar mais eficácia aos processos dentro dos escritórios. Parte desse avanço é perpetuado pelo papel do Product Owner (PO), profissional responsável por gerenciar a entrega de produtos e serviços.

O Product Owner é responsável por etapas centrais de metodologias ágeis, como o Scrum. Conforme sugerido pelo nome, trata-se do Dono do Produto, o ponto central da liderança e a voz das partes interessadas (stakeholders). Afinal, o PO é responsável por definir as ações e processos ao desenvolver soluções.

Este profissional, no entanto, não atua apenas como um chefe, demandando ordens. Grande parte da sua atividade é destinada à simplificação de processos, deixando os objetivos mais claros, direcionando as melhorias e facilitando o caminho para onde se quer chegar. 

O Product Owner também deve descobrir as verdadeiras dores dos clientes. “E como fazer isso? Fazendo as perguntas certas. E, claro, essas perguntas precisam ser direcionadas para a simplificação”, explicou André Alves de Lima Bueno, Product Owner do Cartório Virtual e Pré-Litígio da Finch. “Sabe aquela frase, o ótimo é inimigo do bom? Pois é, o PO tem arraigado em sua essência a simplificação”, completa.

Por isso, é preciso considerar as seguintes questões para elaborar um plano de ação eficaz: entender qual é a causa raiz da dor do cliente ou usuário?, qual o problema que deve-se solucionar?, a dor é latente? e qual é o desafio e a recompensa? Ou seja, o Product Owner precisa propor alternativas, buscar novos desafios e ser apaixonado por soluções. O desafio é entregar melhores experiências aos usuários/clientes. Com ou sem emprego da tecnologia. 

As responsabilidades do Product Owner são o gerenciamento do produto, estabelecer as metas do produto, ter a visão do produto, o backlog do produto e do time de desenvolvimento. Assim, o papel do PO é bem importante para o mercado de tecnologia.

“O grande desafio do Product Owner, com o propósito de simplificar o mundo jurídico, é empacotar e entregar produtos com soluções que maximizem valor e simplifiquem os processos e procedimentos para o ecossistema jurídico”, afirmou André Alves de Lima Bueno. 

Bueno ainda ressalta que o profissional é o entorno e o centro da propositura de ideias das possíveis soluções. Ou seja, o PO quebra a barreira que existe entre “produto” e “jurídico”, aplicando todo o conhecimento de produto para os pacotes de soluções jurídicas.

“Em nossa empresa, o Product Owner precisa estar alinhado com Metodologias Ágeis e com a Metodologia das Operações Legais, considerando nove áreas de gestão jurídica: desenvolvimento operacional; gestão de terceiros; estrutura jurídica; processos e tecnologia; relação institucional e com Poder Judiciário; gestão do conhecimento e sustentabilidade; Data Driven; governança jurídica; e planejamento estratégico”, diz Bueno.

Cabe ressaltar que o PO não apenas cria soluções inovadoras “do zero”. O profissional também precisa estar antenado aos movimentos da concorrência e do mercado, além de testar hipóteses de como melhorar o produto.