Qual o perfil profissional para atuar em governança de dados?

Revisão: Cristiane Massena

O Brasil inicia sua caminhada em governança de dados, as empresas ainda estão descobrindo o real valor e a importância de governar seus dados, definida por Rêgo (2013), como atividade responsável por alinhar tecnologia, processos e pessoas para definir os papéis, as responsabilidades e os processos necessários para gerir os dados estratégicos da empresa.

Todavia, noto que as empresas estão focando muito em tecnologia e esquecendo que as pessoas são o fator chave para o sucesso da governança. Tanto na escolha do profissional, quanto na adoção metodologias e de ferramentas de governança de dados.

A busca por pessoas para essa área está acirrada ultimamente, mas o enfoque está em quantas tecnologias o profissional domina, quais linguagens diferentes sabe codificar. Não estou menosprezando essas características relevantes, mas para gerir dados e interagir com pessoas também se faz necessário possuir conhecimentos de gestão, além de soft skills como comunicação, empatia, trabalho em equipe e flexibilidade. Profissionais altamente técnicos são bem vindos, desde que possuam boas habilidades de relacionamento interpessoal, e espírito colaborativo.

As ferramentas existentes podem proporcionar ganhos aos processos, mas não agem sozinhas, portanto é fundamental também investir em pessoas para que a cultura de governança de dados seja aderida e tenha êxito na organização. 

O responsável pela iniciativa precisa compreender as tecnologias usadas nos processos, e acima de tudo criar vínculos com os departamentos envolvidos, entender os processos atuais para mudar padrões e comportamentos adotados pela organização. Essa tarefa exigirá muitos dos soft skills mencionados acima, inclusive poder de persuasão, o que justifica muito mais um perfil humanista do que excessivamente técnico.

Proponho uma reflexão do que seria coerente ao negócio da sua empresa, não será possível exigir todas as habilidades técnicas e soft skills reunidas em um único profissional, ou seja, nunca vai existir um perfil ideal, mas sim um conjunto de características que podem ser encontrado em diversos profissionais que atuando juntos tem como missão trazer os ganhos da governança alinhados ao propósito da sua organização.

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