Microtutorias: o que são e por que são uma tendência no Brasil?

O número de edtechs, empresas que empregam tecnologia para criar soluções inovadoras para a área de educação, aumentou 26% no Brasil desde 2020, como mostra uma pesquisa realizada pelo CIEB (Centro de Inovação para a Educação Brasileira). O estudo, conduzido em parceria com a Abstartup (Associação Brasileira de Startups do Brasil), compreende dados coletados entre 2019 e 2021 e revela que há, pelo menos, 566 edtechs ativas no mercado de educação do país.

Um estudo publicado pela agência HolonIQ sobre o mercado global de educação internacional indica que, a curto e médio prazo, o panorama para as edtechs é propício, uma vez que o mercado internacional deve atingir US$ 433 bilhões (R$ 2,17 trilhões) até 2030. Com isso, a projeção é que o número de matrículas passe de cinco para mais de oito milhões nos próximos oito anos.

Lucas Coutinho, responsável pela Meu Guru – maior plataforma de resoluções acadêmicas do Brasil e única startup do país a ofertar microtutoria aliada à tecnologia -, explica que, diante de tantas inseguranças sobre os métodos de estudo e aprendizagem, sobretudo após a pandemia global, o mercado brasileiro de edtechs deve se desenvolver cada dia mais com a chegada de tendências como as microtutorias.

“Soluções como as microtutorias surgem como uma resposta para as necessidades do universitário atual, proporcionando economia de tempo de estudo com maior fixação de conteúdo e menor cansaço mental”, afirma Coutinho. Ele explica que uma microtutoria é uma forma de individualização do aprendizado: “São as questões de maior dificuldade do estudante – listadas por ele -, resolvidas passo a passo e explicadas em vídeo, recurso que pode ser consultado a qualquer momento”.

Por meio dessa metodologia, prossegue Coutinho, garante-se que a resolução tenha total correspondência com a forma aprendida em sala de aula, mesmos métodos e mesmo enfoque.

“Em resumo, sabe quando alguém está com dúvida em alguma matéria e liga para um amigo para pedir ajuda? Isso foi uma microtutoria. A inovação de soluções do setor foi ampliar essas conexões: é como ter milhares de amigos que podem ajudar em qualquer hora do dia e em qualquer dia da semana”, acrescenta.

De acordo com o responsável pela Meu Guru, a nível mundial, as maiores plataformas educacionais de ensino superior trabalham com algum tipo de microtutoria. “Destas [plataformas], quase que em 100% das vezes, esses produtos são os principais”.

“Todo estudante quer ir direto ao foco do problema e ver a explicação de suas próprias questões, seja em um banco de questões respondidas, seja fazendo uma solicitação de resolução para um tutor – ou guru”, afirma Coutinho.

“No Brasil, não será diferente: a pandemia fez com que a busca por outros serviços de aprendizado, como aulas particulares e cursos preparatórios, fosse voltada a resoluções de questões como tópico principal”, diz ele. “Nesse cenário, a microtutoria é um braço direito para a tendência de comportamento dos universitários: conciliação dos estudos com trabalho, falta de tempo e autonomia em seu aprendizado”, complementa.

Cada vez mais, os elementos citados por Coutinho são buscados pelos brasileiros nas soluções educacionais de tecnologia: de acordo com um balanço da ABMES (Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior), a procura pelo EaD (Ensino a Distância) avançou 59% entre 2020 e 2021, em relação aos anos precedentes. Além disso, a entidade prevê que o ensino remoto deve superar o presencial em 2022. 

A ABMES já tinha previsto que o ensino remoto seria maior que o presencial em 2023, fenômeno que teria sido acelerado por conta da crise sanitária, conforme dados publicados pelo portal Rede Noticiando.

Aliás, indicativos do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) e do MEC (Ministério da Educação) apontam que os cursos de EaD receberam mais matrículas do que os presenciais no país em 2020.

O feito foi observado tanto na rede pública como na privada, de acordo com o Censo da Educação Superior 2020, divulgado em fevereiro. Dentre os 3,7 milhões de ingressantes em ambas as esferas [pública e privada], mais de 2 milhões (53,4%) preferiram o ensino remota e 1,7 milhão (46,6%) e o presencial, conforme publicado pela Agência Brasil.

Para mais informações, basta acessar: https://www.meuguru.net/