Layoffs: Demissões atingem as “BigTechs”

Nos últimos meses, milhares de pessoas foram impactadas pelas demissões em massa, chamadas de “layoffs”. Para usuários de redes sociais como o LinkedIn, tem sido cada vez mais comum acompanhar relatos de pessoas informando sobre o desligamento e em busca de uma nova oportunidade.

O site layoffs.fyi realizou uma estimativa para o número de demitidos entre 2022 e 2023, que pode chegar até 255 mil pessoas, somando todas as empresas de tecnologia dos Estados Unidos. De acordo com a plataforma, 159.766 pessoas já foram demitidas de 1.043 empresas no ano passado, e só em 2023, 297 empresas já dispensaram 94.838 funcionários. Parte dessas demissões vem de grandes empresas de tecnologia conhecidas como “BigTechs”, dentre elas algumas gigantes como: IBM, Microsoft, Meta, Alphabet (controladora do Google), entre outras. 

Alguns dos principais motivos apontados pelas próprias empresas para o grande número de desligamentos são a questão econômica global e a reestruturação estratégica. Para Kauê Koschitz Roratto, Business Development Manager da Advantech Brasil, assim como as demais empresas de outros segmentos, as “BigTechs” também estão sujeitas a gerar retorno financeiro. 

“Ocorre que, nos últimos tempos, estas grandes empresas de tecnologia também sofreram impacto com a redução do consumo de seus serviços, também foram impactadas pela pandemia, tendo perdas de receitas consideráveis nos últimos 24 meses”, comenta.

Roratto explica que este ciclo pode ocorrer devido à diminuição da demanda de prestação de serviços, uma vez que grande parte da receita destas empresas de tecnologia provém de anunciantes que pagam por espaços publicitários dentro das plataformas digitais. 

“Com a diminuição da quantidade de anúncios devido ao aumento da inflação, as ações das empresas podem começar a cair, gerando um ciclo vicioso, onde para buscar formas de equilibrar a operação, uma das medidas é a redução de despesas diretas e indiretas, dentre elas as demissões”.

Cenário positivo

Em contrapartida, mesmo diante da crise das “BigTechs”, o mercado de tecnologia continua contratando e em crescimento. Uma pesquisa realizada pela Cortex e noticiada pela Forbes, apontou um aumento de 38% das vagas do setor comparando o mês de janeiro de 2023 com o mesmo período do ano anterior.

Na visão de Roratto, esses profissionais podem ser resilientes e alguns passam por uma transição de área. “Nos últimos anos, cada vez mais, o profissional de programação industrial precisa conhecer menos de eletricidade e mais de TI, por exemplo. Soma-se a este fato a convergência entre o mercado de TI e tecnologia da automação (TA), que tende a unificar estes profissionais”, comenta.

Para o especialista, isso se deve principalmente porque tecnologias aplicadas ao mercado de TI são cada vez mais utilizadas no mercado de automação, abrangendo linguagens como Javascript, Phyton, SQL, entre outras.

“Os profissionais de tecnologia que possuem relevância nos seus mercados de atuação, e perdem suas colocações, podem aproveitar todos os conceitos que são aplicados na programação comercial (TI) para diversas outras áreas”, ressalta.

Indústria 4.0 e convergência entre IT ou OT

Além do crescimento do mercado e vagas, o setor de tecnologia tem passado por mudanças significativas que também poderão impactar em movimentações, como a convergência entre IT (tecnologia da informação) e OT (tecnologia operacional) para a Indústria 4.0. Antes, ambas as tecnologias eram mais utilizadas de formas separadas, já que possuem funções diferentes. A IT por exemplo, corresponde e relaciona-se com o mundo digital de servidores como: redes, dados e outros domínios digitais. Já a OT, está vinculada ao mundo físico, como sistemas de fabricação e equipamentos industriais.

Com a chegada do conceito da Indústria 4.0, o objetivo é que as tecnologias, até então opostas, complementam-se a fim de otimizar operações, aumentar a eficiência e promover a inovação. Contudo, assim como todas as mudanças tecnológicas, esta também pode incluir alguns desafios e alguns dos principais englobam a manutenção dos equipamentos propriamente físicos em bom estado e principalmente as ameaças de segurança cibernética.

Roratto também conclui que essas convergências podem impactar perfis profissionais, afinal, observando o contexto histórico do setor, o profissional de tecnologia já precisou se adaptar às movimentações do mercado. 

“Ao longo do tempo, este perfil foi se ajustando para se adequar às tecnologias e padrões, migrando de um perfil de eletricista que aprende programação, por exemplo, para um profissional de TI que sabe alguns conceitos de automatização eletromecânica. Este pode ser um dos motivos pelo qual atualmente o perfil do profissional de automação e de TI se tornem bem semelhantes.”

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