Cultura da selfie leva à busca por procedimentos estéticos

No Brasil, há mais celulares inteligentes (242 milhões) do que habitantes (214 milhões), segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) – e a maior parte dos dispositivos conta com aplicativos de redes sociais digitais. Segundo indicativos divulgados pela CupomValido.com.br em 2021, com base em dados da Hootsuite e WeAreSocial, há mais de 150 milhões de usuários das redes no país. O percentual de usuários pelo total de habitantes foi de 70,3% – um dos maiores dentre todos os países.

Para a cirurgiã plástica e empresária Dra. Patrícia Leite Nogueira, a ampla adesão às redes sociais, somada a fatores como a proliferação de fotografias digitais e a cultura da selfies, desempenha um impacto pela busca cada vez maior por procedimentos estéticos. 

Com efeito, nove a cada dez brasileiros tiram selfies (neologismo do termo self-portrait, em inglês) a fim de compartilhar as imagens no ambiente virtual, segundo uma pesquisa desenvolvida pela Antennas – consultoria de business insights – a pedido da Samsung. Aliás, mais da metade (58%) dos usuários tiram esse tipo de foto quase todos os dias.

“Hoje, a busca pela perfeição é algo que se tornou inalcançável. Aquele rosto e pele perfeitos das redes sociais e dos filtros não existem”, afirma Patrícia.

Para a cirurgiã plástica, a preocupação em exibir uma imagem perfeita pode impactar a autoestima, além de levar a problemas físicos e psicológicos. Isso porque a busca por procedimentos estéticos para atingir esse “ideal” acaba levando a exageros.

Segundo Patrícia, o fenômeno leva ao aumento da demanda por procedimentos estéticos cirúrgicos e não cirúrgicos em busca de sair melhor nas selfies e redes sociais do mundo virtual.

“Eu, como médica, tenho uma responsabilidade grande de ouvir o meu paciente, saber quais são as suas expectativas – que, muitas vezes, são inatingíveis. Por isso, tento trazê-lo para o mundo real com bom senso e cautela”, diz ela.

“Minha busca hoje é pela beleza natural existente em cada paciente, sem um padrão que deixa todos com o mesmo rosto. É trazer jovialidade e harmonia sem evidenciar tanto quais procedimentos foram realizados”, complementa.

A empresária observa que, no mundo das redes sociais, são inúmeras as possibilidades de parecer mais bonito. Por isso, ela reafirma que o problema de tais recursos é que esses podem elevar o padrão de beleza para um patamar irreal, pois essa aparência perfeita das redes sociais não existe.

“O uso indiscriminado dos recursos para embelezamento digital pode causar um problema de autoestima, pois a pessoa se espelha em padrões estéticos irreais e, quando não se ‘encaixa’, acaba se sentindo inferior. Por isso, vale ter cautela e procurar a orientação de um profissional de confiança”, conclui Patrícia.

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