Empresas estão fazendo uma verdadeira peregrinação ao Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, em busca de profissionais e de parcerias que possam trazer novas perspectivas a seus negócios a partir dos incontáveis bancos.
A escassez de cientistas de dados nos Estados Unidos
A escassez de cientistas de dados nos Estados Unidos oscilava em torno de 140 a 190 mil profissionais, em 2018, um número que só tende a crescer. No Brasil, embora não exista um levantamento que mostre o tamanho da demanda não atendida, quem atua no ensino e na pesquisa na área de ciência de dados tem se surpreendido com a constante peregrinação realizada pelas empresas a institutos especializados, buscando mão de obra qualificada e o estabelecimento de parcerias.
Em razão da revolução informacional, muitas áreas do mercado e do conhecimento lidam com a ciência de dados, em certo nível, seja veterinário analisando grandes rebanhos, ou engenheiro civil aumentando a eficiência do tráfego, mesmo um sociólogo analisando patologias sociais.
O que diz o Professor Gustavo Nonato, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação
Em entrevista ao Jornal da USP no Ar, o professor Gustavo Nonato, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação, exemplifica o fenômeno com a colaboração de seu departamento com o Núcleo de Estudos da Violência (NEV), no intuito de gerenciar a grande quantidade de informação. “Hoje, um pesquisador de letras tem um conhecimento básico de machine learning, assim como um da psicologia. As disciplinas se integram, visto a disponibilidade de elementos e ferramentas para trabalhá-los”, diz.
Mas o que é especificamente a ciência de dados?
“É um conhecimento integrado e multidisciplinar, abordando ferramentas computacionais, matemática teórica e aplicada, estatística, machine learning e big data.
Aplica-se em muitos contextos, a fim de extrair análises, melhorar processos empresariais ou aprimorar políticas públicas”, esclarece Nonato.
O profissional desse campo deve, além de ser bom nas exatas, ter uma inteligência ampla e maleável para atuar nas mais diversas áreas do mercado, defende o professor.
“É um conhecimento integrado e multidisciplinar, abordando ferramentas computacionais, matemática teórica e aplicada, estatística, machine learning e big data. Aplica-se em muitos contextos, a fim de extrair análises, melhorar processos empresariais ou aprimorar políticas públicas”, esclarece Nonato.
O profissional desse campo deve, além de ser bom nas exatas, ter uma inteligência ampla e maleável para atuar nas mais diversas áreas do mercado, defende o professor.
O ICMC tem um curso de Ciências de Dados
Tentando compensar a grande demanda profissional, o Centro de Pesquisa Matemática Aplicada à Indústria (CeMEAI) exerce um trabalho de estreitamento das relações entre academia e o setor privado.
Compilando a grande quantidade de informações disponíveis, podem-se fazer modelagens capazes de otimizar a produção, da organização do trabalho ao desenvolvimento tecnológico. “Essas necessidades de integração não são só do mercado com a ciência, como dentro da própria Universidade”, afirma.
O ICMC tem um curso de Ciências de Dados em desenvolvimento e a expectativa é oferecê-lo já em 2021.
O professor diz que “hoje, as faculdades formam muito menos profissionais da área do que a economia necessita, e a curto prazo não existe previsão para suprir essa demanda. O Brasil precisa de novas políticas de formação de recursos humanos, com o objetivo de buscar destaque e liderança nesse campo, sobretudo na América Latina”.
Fonte:
https://jornal.usp.br/atualidades/ciencia-de-dados-e-disciplina-chave-para-desenvolver-conhecimento/
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