Em meio à aceleração do meio digital e o compartilhamento constante de dados, a cibersegurança surge como um dos temas mais críticos e comentados em diversos setores. Embora a complexidade técnica e a necessidade de especialização possam dificultar a compreensão geral, a realidade é que todos os indivíduos e organizações estão sujeitos a riscos cibernéticos, impactando diretamente na sobrevivência dos negócios.
Os números são alarmantes: o cibercrime, se fosse um país, seria a terceira maior economia do mundo, com previsão de causar prejuízos de US$ 8 trilhões até o final deste ano, segundo dados da Cybersecurity Ventures. Incidências cibernéticas têm um custo médio de US$ 4 milhões para as empresas afetadas, destacando a urgência de investimentos em segurança digital.
No Brasil, o investimento em cibersegurança ainda está nos estágios iniciais, especialmente em setores como varejo e saúde, onde apenas de 3% a 7% do orçamento de tecnologia é direcionado para esse fim. No entanto, a falta de investimento não é uma opção viável, especialmente diante do crescente número de ataques cibernéticos que têm como alvo esses setores.
A falta de preparo em cibersegurança pode ter consequências gigantescas. Um exemplo disso é o setor de varejo, que foi o mais atingido por ataques cibernéticos em 2022. Uma campanha de marketing para o Natal pode ser interrompida por bots maliciosos, resultando em perdas financeiras e danos à reputação da empresa. A presidente e cofundadora da Tuvis, startup israelense especializada em sistemas de segurança cibernética para aplicativos de mensageria, Deborah Palacios Wanzo disse que “É estranho pensar que esse ainda seja um tema que muitas vezes é considerado tabu dentro das empresas. Dentro do mundo empresarial, existem profissionais que pensam que só por estarem no meio digital, já estão de alguma forma protegidos e, infelizmente, pensamentos assim só levam as empresas a prejuízos milionários”.
Além das consequências financeiras, ataques cibernéticos também podem colocar vidas em risco, como no caso de hospitais cujas operações são paralisadas devido a um ataque ao sistema.
A importância da cibersegurança também se reflete na avaliação das empresas, especialmente durante processos de fusão e aquisição, onde a análise da segurança cibernética desempenha um papel fundamental na determinação do valor da transação.
Todos os indivíduos têm um papel a desempenhar na proteção contra ameaças cibernéticas, especialmente diante das ameaças internas, como phishing e conexões não seguras à rede corporativa. Criar uma cultura de resiliência requer um compromisso contínuo com a cibersegurança em todos os níveis da organização, não apenas em momentos de crise.
A cibersegurança é um desafio crescente em um mundo digitalizado, exigindo investimentos, conscientização e ação coletiva para garantir a proteção dos dados e a continuidade dos negócios. “Nós da Tuvis fazemos questão de garantir o cumprimento da LGPD, evitar o vazamento de dados sensíveis das grandes corporações e garantir segurança contra ataques cibernéticos, o que pode gerar multas milionárias nos dias de hoje”, finaliza Deborah.