Cada vez mais a tecnologia tem se tornado aliada de diferentes setores da indústria e do comércio. O desenvolvimento de plataformas, técnicas e metodologias surgem para inovar o mercado e tornar mais acessível essa modernização. De acordo com uma pesquisa divulgada pela Agência Brasil, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), sete em cada dez empresas no Brasil já utilizam algum tipo de tecnologia digital em seus processos internos.
Uma das otimizações destacadas pela pesquisa da CNI diz respeito à coleta, processamento e análise de grandes quantidades de dados (big data). A utilização desses dados, por parte das empresas, pode ser utilizada para a personalização do atendimento ao consumidor e aperfeiçoamento da jornada de compra, etapas que são essenciais para um resultado satisfatório de experiência do cliente.
Boas experiências podem, então, elevar o nível de satisfação dos clientes, assim como os resultados do comércio. Isso se reflete em um relatório, realizado pela ZenDesk, que atesta que 75% dos clientes estão dispostos a gastar mais para comprar em empresas que oferecem uma boa experiência.
Esses indícios fazem parte do que é o varejo inteligente e como ele está se desenvolvendo no Brasil e no mundo. Para explicar mais sobre o assunto e esclarecer dúvidas, Rodrigo Antunes, CEO da Uau-Fi, plataforma especializada no tratamento e análise de dados, responde algumas perguntas.
O que é varejo inteligente?
Rodrigo Antunes: Essa é uma estratégia que está revolucionando a maneira como os varejistas se relacionam com seus clientes. Utilizando tecnologia e dados, é possível personalizar a experiência de compra e aumentar a eficiência operacional.
O tão falado data drivin = Tomar decisões com base nos dados.
Ao utilizar uma solução com inteligência de dados pode ajudar a identificar os produtos mais populares, os horários de pico de vendas e as preferências do cliente. Com esses insights, é possível criar uma experiência de compra personalizada, atendendo às necessidades específicas de cada cliente.
O varejo inteligente já está amplamente adotado no Brasil? Como estamos em relação a outros países do mundo?
R.A: O Brasil ainda está em um processo de desenvolvimento em relação ao Varejo Inteligente quando comparado a outros países.
Embora algumas empresas brasileiras já tenham adotado essa estratégia, ainda há um longo caminho a percorrer em termos de implementação de soluções tecnológicas e coleta e análise de dados para personalizar a experiência de compra do cliente. No entanto, o mercado brasileiro vem se desenvolvendo rapidamente, após a pandemia, impulsionado pela crescente adoção do e-commerce e a necessidade de se adaptar. Acredito que as empresas estão entendendo que, quem tem dados sai na frente e ganha o jogo.
Como o varejo inteligente auxilia as empresas em seus negócios e como implementá-lo?
R.A : O Varejo Inteligente pode ser uma estratégia valiosa para as empresas que buscam melhorar sua eficiência operacional e oferecer uma experiência de compra única e personalizada para seus clientes. Os dados, podem ajudar as empresas a venderem mais, auxiliar na tomada de decisão e analisar pontos de melhoria.
Você acredita que a inovação é a maior aposta das empresas em 2023?
R.A: Sim! Durante a NRF deste ano foram discutidas diversas tendências para o varejo em 2023. Um dos assuntos que teve um destaque especial foi a importância do varejista entender a jornada de compra para investir em tecnologias que permitam personalizar a experiência do cliente.
As pessoas que vão até os estabelecimentos físicos querem uma experiência semelhante a do e-commerce. Elas querem ser reconhecidas e impactadas com aquilo que gostam, da mesma forma que no mundo online. Além do conceito omnichannel, que é justamente a unificação dos canais online e offline.
Como soluções de conectividade podem trazer indicadores concretos para as empresas crescerem e melhorarem seus negócios?
R.A: As soluções de conectividade podem trazer uma grande quantidade de dados para as empresas, que podem ser utilizados para melhorar a eficiência operacional e o desempenho dos negócios.
Ao oferecer internet wi-fi social, as empresas podem coletar informações valiosas sobre seus clientes, como tempo de permanência na loja, frequência de visitas, produtos mais procurados, entre outros dados.
Assim, as empresas podem identificar padrões de comportamento de seus clientes, desenvolver estratégias mais eficientes e proporcionar uma experiência personalizada.
Quais são estes indicadores e como as empresas podem transformá-los em ações práticas?
R.A: É possível usar alguns indicadores como solicitar informações de: gênero; Idade; Usuários online no momento; Total de conexões realizadas; Tempo de permanência dos clientes na loja; Frequência de visitas dos clientes; -Produtos mais procurados pelos clientes; Locais da loja em que o cliente mais ficou; Qual produto o cliente mais gosta; Horários de pico de vendas;
Como soluções de tecnologia de dados e conectividade estão relacionadas com a experiência do cliente com as marcas?
R: As soluções de tecnologia de dados e conectividade têm um papel fundamental na experiência do cliente, já que as empresas têm cada vez mais oportunidades de interagir com seus clientes em diversos pontos de contato, tanto online quanto offline.
O ponto-chave é fazer com que as empresas entendam melhor seus clientes e ofereçam uma experiência mais personalizada, o que aumenta a satisfação do cliente, melhora o relacionamento com a marca e, gera resultados positivos para o negócio.
Hoje a única forma escalável para o empresário conseguir oferecer experiências memoráveis ao seus clientes é através da tecnologia.