Segundo um levantamento feito pela Schneider Electric, a partir da adoção de tecnologias de energia e automação industrial em edifícios, redes elétricas e processos da indústria, seria possível adiar a data do Dia da Sobrecarga da Terra em 21 dias (em 2022, o dia da sobrecarga ocorre no dia 28 de julho mundialmente e, no Brasil, em 12 de agosto). A pesquisa foi realizada em parceria com o Global Footprint Network.
O Earth Overshoot Day, nome pelo qual a data é conhecida globalmente, marca o momento em que a humanidade passa a utilizar mais recursos da natureza do planeta do que é possível renovar em um ano completo. Com isso, a partir desse dia, a sociedade começa a ter uma “dívida” com o meio ambiente, além de acumular dióxido de carbono na atmosfera. Com exceção de 2020, quando a data foi adiada para 22 de agosto, o Earth Overshoot Day tem acontecido cada vez mais cedo, o que pode gerar sérias consequências para o meio ambiente. No ano passado, por exemplo, foi em 29 de julho.
“As empresas tendem a olhar para a sustentabilidade como um desafio de longo prazo que é difícil de conciliar com as necessidades de retorno em curto e médio prazo. Mas a realidade é que estamos em um cenário onde os mercados estão encontrando maiores expectativas dos consumidores por transparência e rastreabilidade e, ainda, estão expostos a recursos ecológicos cada vez mais escassos e com preços voláteis. Além disso, as companhias têm chances otimizadas de garantir financiamento e o valor de longo prazo dos ativos se investirem na estratégia correta”, afirma Rafael Segrera, presidente da Schneider Electric para América do Sul.
De acordo com uma pesquisa da Amcham Brasil, divulgada em 2021, 95% das empresas participantes deram início a algum tipo de ação sustentável. Além disso, 37% afirmaram ter essas demandas em um planejamento ativo, mas ainda em fase de mapear todos os pontos a serem trabalhados. Atualmente, cerca de 70% do faturamento total da Schneider Electric estão atrelados ao tema da sustentabilidade. Para impulsionar ainda mais essa participação, no Brasil, a empresa anunciou que está dobrando seus serviços de consultorias sustentáveis em 2022.
“As tecnologias que podem ajudar as empresas a atuar para postergar o dia da sobrecarga já existem e estão disponíveis no mercado. Como a energia é central para três das cinco alavancas para adiar a data, a implementação de soluções digitais para os edifícios inteligentes, para a indústria 4.0 e para converter as redes elétricas em redes descarbonizadas e descentralizadas já seria capaz de adiar a data por 21 dias”, diz Segrera. Outro fator crucial, na visão dele, é o engajamento da cadeia de fornecimento. De acordo com um estudo da Disclosure Insight Action (CDP), as emissões destas podem ser de duas a sete vezes maiores que as emissões provenientes das operações diretas das empresas, dependendo da indústria.
“Existem diversas tecnologias no mercado para que as empresas possam começar sua transformação. Além disso, há organizações que auxiliam na construção de uma jornada sustentável por meio de consultorias e parcerias. Juntos, é possível, sim, mudarmos a data”, conclui o presidente da Schneider Electric para América do Sul.